Refresco CLIGHT: cilada na mesa!


      Hoje vamos falar de outro refresco em pó, só que dessa vez na versão magra: CLIGHT.

A leitora Biessa nos enviou sua sugestão:

      "vi o post do Tang e lembrei das minhas amigas que tomam clight crente que estão fazendo um grande negócio. Eu particularmente não tomo, mas acho vale conscientizar as pessoas SEMPRE. Então digam aí: é melhor cair fora ou é um bom negócio, já que não tem açúcar?"

Logo depois a leitora Renata também enviou a sua dúvida:

"Vcs tem alguma análise sobre o suco em pó clight?? Por ter zero açúcar acabo por comprar achando que é uma boa opção….mas será que é mesmo???"

Hoje você vai saber mais sobre essa ARMADILHA! Salve-se quem puder.

No site do produto a campanha é TODA destinada para mulheres. Confira o que eles oferecem:



      Óbvio que eles aproveitaram que muitas mulheres estão com a palavra DIETA estampada nas suas testas e resolveram usar o sexo feminino como inspiração. As promessas são de um produto com baixo teor de sódio, sem corantes artificiais e zero açúcar. Vamos olhar a TABELA NUTRICIONAL:



Olhando a tabela você vai pensar: QUE PERFEITO! 

      Quase nada de calorias, zero carboidratos e bem pouquinho sódio. Mas acalma esse coração, que isso aqui tá longe de ser uma maravilha no mundo da nutrição! Precisamos dar aquela averiguada nos INGREDIENTES. Escolhemos um dos novos sabores:

      O primeiro ingrediente é a maltodextrina. Ela é um CARBOIDRATO COMPLEXO, proveniente da hidrólise do amido, cuja absorção é mais rápida pelo nosso organismo. Não queremos que vocês fujam dos carboidratos, só queremos que prestem muita atenção aos ingredientes. No Clight, a maltodextrina é o ingrediente em maior quantidade. Então, se é um carboidrato, como que aparece 0g de carboidrato na tabela nutricional?? LEMBRE-SE de que a nossa legislação* dá margem para os ingredientes aparecerem como ZERO, mesmo estando presentes no produto. No caso dos açúcares, por exemplo, se possuir uma quantidade menor ou igual a 0,5 g em 100 ml, o produto pode alegar que não contém esse nutriente.
      Comparando com o refresco Tang, eles possuem OS MESMOS ADOÇANTES. Não basta o Tang fazer isso com as crianças, agora vem o Clight com essa tonelada de edulcorantes para cima das mulheres. Edulcorante é uma substância diferente dos açúcares, mas serve para o mesmo propósito: conferir sabor doce ao alimento. Os edulcorantes citados nesse refresco são todos artificiais.
Conseguimos contar 3 corantes no rótulo:

      Corante natural antocianina**: As antocianinas são uma importante alternativa para a substituição gradativa dos corantes sintéticos, pois são abundantes na natureza, apresentam um amplo espectro de cores e, apresentam efeitos benéficos à saúde humana. O maior limitante para seu uso é a sua menor estabilidade, quando comparada aos corantes sintéticos.

      Corante caramelo: Já cansamos de falar aqui no blog que o corante caramelo possui mais de um tipo e que alguns são possivelmente cancerígenos. Acharíamos melhor que eles tivesses especificado qual o tipo utilizado.

      Corante inorgânico dióxido de titânio***: Utilizado em protetores solares, tintas, biscoitos caninos, refrescos em pó, maquiagem, tatuagem, entre outros. É seguro para a ingestão, mas deve-se evitar a inalação do pó.

Novos sabores de Clight

      Apesar desses corantes, adoçantes e espessantes estarem liberados por lei, quais serão as consequências do consumo exagerado e a longo prazo? Quando ingerimos um SUCO DE FRUTA MESMO não temos que nos preocupar com isso. Nos refrescos em pó sua forma desidratada precisa de mil artefatos para que fique mais bonitinho e aceitável para o nosso consumo e, nesse caso, SEM fibras e vitaminas que são os maiores benefícios das frutas! E será que o gosto passa perto do sabor da fruta? 

Classificação: Passe Longe!

Jamais aceitaremos um refresco desses nas nossas mesas. E você?

Fonte:
* RDC nº 360 de 23 de dezembro de 2003.
** LOPES et al. Antocianinas: uma breve revisão das características estruturais e da estabilidade. R. Bras. Agrociência, Pelotas, v.13, n.3, p. 291-297, jul-set, 2007.
*** http://www.univates.br/files/files/univates/workshop/Corantes.pdf


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